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Entrevista

Central de assentamentos ganha mais força na região de Oeiras
21/08/2008 00:09:17


Preto fala dos avanços

Por José Marques de Souza Filho
Assessor de Comunicação/EMATER
Tel 3216-3856 – 8851 2986

O agricultor familiar Francisco dos Santos Sepúlvida (o Preto), presidente da Central de Assentamentos do município de Oeiras recebeu na última terça-feira (19), em solenidade que aconteceu no Palácio de Karnak, em Teresina, a chave do carro que vai servir à entidade naquela região. O contrato de comodato assinado entre o EMATER – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí e a Central de Assentamentos envolve a Fundação Dom Edilberto, que vai apoiar a iniciativa. Nesta entrevista, Preto fala dos dados positivos conseguidos no assentamento Marambáia, aonde reside, e elogia a participação do EMATER e da EMBRAPA em projetos como a produção de maracujá, que já rendeu mais de 17 toneladas. Ele explica como o carro será utilizado na mobilização social da Central para incentivar outros assentamentos a investirem em projetos que podem mudar a vida de todos os assentados. Confira a entrevista:

ASCOM/EMATER – Qual é a avaliação do senhor sobre o carro disponibilizado pelo o governo do estado para a Central de Assentamentos?

PRETO – Foi mais um momento de alegria pra gente. Vai marcar muito forte o nosso relacionamento com o EMATER, que atualmente é um dos órgãos do governo do estado que esta dando toda a assistência à agricultura familiar em Oeiras. É motivo de orgulho falar da EMATER, que está presente na agricultura familiar, nos assentamentos, no sentido de incentivar a produção e a organização social. Com certeza, eu vinha tendo muita dificuldade em acompanhar estes assentamentos, tendo em vista que nós somos 38 assentamentos na micro-região de Oeiras, sendo 28 somente no município de Oeiras e 76 na região centro-sul do Piauí. Esse carro chegou na hora exata por que temos a demanda do nosso território, do território da cidadania e a renovação dos PRODIZ (Projetos produtivos dos Assentamentos), que têm que entrar na discussão agora para nós garantirmos todos os recursos, visando o desenvolvimento destes projetos produtivos até o fim de setembro. Este carro vai nos ajudar a chegar a todos os assentamentos com precisão, na hora certa, para cumprir a meta que a central de assentamentos, o Emater e a Embrapa Meio Norte (que também esta com a gente neste projeto) querem. Isso para nós vai ser um salto para o futuro. Uma coisa espetacular.

ASCOM/EMATER – Como vai ser o relacionamento da Central de Assentamentos com a Fundação Dom Edilberto e com o escritório regional do EMATER em Oeiras?
    
PRETO – Nós Estamos todos juntos na luta pelo desenvolvimento. A gente sentou, fez uma discussão e chegou ao entendimento de que temos que trabalhar em parceria. Quer dizer, a Fundação Dom Edilberto vai ficar responsável pelo combustível e o motorista. Nós temos dificuldade nisto. Também para a gente utilizar um veículo desses tem que ter responsabilidade e aproveitar a oportunidade. Isso é uma dádiva de Deus! Por que nós temos um governador e um diretor do EMATER que se sensibilizou e foi à luta junto conosco. Isso não é mérito somente da Central, da gente. Sozinhos a gente não conseguiria, nada. Nós tínhamos que ter uma força para resolver este problema. Força essa que contou com a parceria da Fundação Dom Edilberto e do EMATER.

ASCOM/EMATER – De forma geral, quais são as atividades desenvolvidas pela Central de Assentamentos?

                             Preto fala dos avanços
                             Preto fala dos avanços

PRETO - Fizemos agora, recente, uma atividade que teve destaque na agricultura familiar em nível de estado do Piauí, o que já vínhamos planejando desde o ano passado. Graças a Deus fizemos no ultimo final de semana um Dia de Campo, quando completou um ano do projeto para fazer uma avaliação da produção, que superou a expectativa da própria EMBRAPA e a nossa também...
A gente completou um ano da experiência, começou com a gente e depois expomos a nossa experiência para a EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária eles acreditaram na proposta de plantar um hectare de maracujá de forma experimental para vermos como ia se comportar esta cultura e passar para frente.
 
ASCOM/EMATER - Quais são os dados desta produção?

PRETO - Nós já estamos com 17,600 kg de maracujá.  Ultrapassamos a nossa meta. A gente esperava nesta primeira produção apenas 10 mil kg e já estamos com quase 18 mil kg. E o melhor é que não estagnou a produção. Continua do mesmo jeito. É colhendo e colhendo mais...  

ASCOM/EMATER – Como vocês estão comercializando esta produção?

PRETO – A gente entrou em contato com o comércio local, que está absorvendo parte da produção. Quando chegar ao ponto do comercio não poder mais comprar toda a produção, o excedente, a gente vende para o Programa de Compra Direta, que é outra fonte que chegou para fortalecer a agricultora familiar. Estamos discutindo o projeto de ampliação para 17 hectares.

ASCOM/EMATER – Só de maracujá?

PRETO – De maracujá. Além de outro projeto experimental também para implantação de meio hectare de goiaba e meio de abacaxi com o apoio do EMATER e da EMBRAPA. Nós temos uma horta comunitária que também já começou a jogar a produção no mercado. Está acelerada, a todo vapor, e a gente quer crescer, pois a turma chegou pra mim dizendo que nós temos que dobrar a produção dela. Isso é bom e me alegra. Eu fico feliz com isso, com essa disponibilidade. E o melhor é que cerca de 400 representantes de outros assentamentos participaram do Dia de Campo. Eles disseram que querem também produzir e nós temos que dar esse apoio a eles. Se nós estamos produzindo eles também podem.

ASCOM/EMATER - O que os outros assentamentos estão produzindo?
 
PRETO - Eles estão produzindo caju e mandioca, estão trabalhando o processamento da mandioca e a gente está acompanhando para que esta produção chegue com qualidade. Aquilo que nós recebemos do EMATER... (Volto a falar do EMATER) ...não é de hoje que eles estão trabalhando com a gente. Desde as preparações, capacitações, curso de cajuína, melhoramento da farinha (para ter um produto de qualidade, farinha boa, quebradinha). Hoje nós estamos repassando para eles (para os outros assentamentos) os conhecimentos que a gente já tem. O caju está despertando e, graças a Deus, está todo mundo indo bem.

ASCOM/EMATER - Como o senhor avalia o fato do governo estar apostando nas entidades dos agricultores familiares?

PRETO – O governador é um cidadão de pé-no-chão. Ele não chegou ao governo à-toa. Chegou ao governo depois de uma preparação. Lembro bem que, em 2000, ele me deu um projeto de lei chamado “Convivência com o Semi-Árido”, que agora, quando passo a ler, vem o filme todinho. Tudo que esta acontecendo agora é em cima daquele projeto dele. Ele já se preparou antes mesmo de chegar ao governo. Isso é bom. Seria bom que todo cidadão, antes de partir para um cargo eletivo que ele primeiro fizesse esse trabalho: tomar consciência do que é que ele vai trabalhar e ter um projeto de governo voltado para isso. O governador acredita e está no caminha certo. Nós não chegamos a desenvolvimento nenhum de um estado ou da nação sem fortalecer as nossas lutas sociais, acreditando no setor primário. Eu pergunto ao Piauí, ao Brasil e ao mundo: O que será de um país se nós não tivermos mais viva e forte uma agricultura familiar? Se ela hoje é responsável por 70% de toda alimentação, 10% do PIB – Produtos Interno Bruto. Por que a gente não pode acreditar que nós podemos ser “o carro chefe” do desenvolvimento deste país? O governador está certo acreditando na agricultura familiar, acreditando no trabalho das ONG’s, que elas não foram criadas à-toa. Elas são fruto de uma luta de muitos anos. Todos nós estamos preparados para isso. E vamos estar todos juntos. Esses órgãos acreditam na gente mesmo e nós também acreditamos na gente mesmo. Vamos fazer uma grande corrente e vamos surpreender tanto o Piauí como o país inteiro.         

21/08/08




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