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Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí
As produtoras rurais que o Emater ajudou a descobrir
13/06/2019 - 12:47  
  
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Ações do Emater levam capacitação a agricultores familiares

 

 

No interior do Piauí, já na divisa com o Pernambuco, a Serra do Inácio é ventilada não só pelo frio típico da região, mas pelos ares de um povo batalhador. Com uma economia baseada na agricultura de subsistência e na criação de pequenos animais, o local que aprendeu a tirar tudo do solo, começa um encontro caloroso com o desenvolvimento.

Entre os municípios de Betânia e Curral Novo, a aproximadamente 500 km de distância da capital Teresina, a comunidade de poucas casas divide seu espaço com as grandes turbinas eólicas que contrastam com o ambiente interiorano.

No coração da Serra do Inácio um grupo de mulheres se uniu para mostrar a combinação entre o conhecimento rural e a capacidade de empreender. A Associação das Pequenas Produtoras Rurais da Serra do Inácio foi criada em 2013 para articular uma troca de experiências entre as moradoras que já mantinham produção agrícola de forma isolada. Com o apoio do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Piauí (Emater) conseguiram se capacitar, ampliando as possibilidades de beneficiamento e comercialização do que é produzido na comunidade.

A Serra do Inácio conta com iniciativas do Emater voltadas à produção e beneficiamento de mandioca, atendendo a um grupo de 40 mulheres, através do programa Viva o Semiárido. Além disso, o instituto também articula um projeto de estruturação de uma unidade de beneficiamento de farinha para que as pessoas envolvidas no programa possam agregar valor a seus produtos e comercializarem na região de Betânia, Paulistana, Simões, entre outras.

A execução do programa de capacitação de agricultores e agricultoras familiares é uma das atribuições da Diretoria de Ensino e Extensão da instituição, que anualmente elabora cursos voltados às especificidades de cada uma das regiões piauienses.

“Essas capacitações são uma forma de aumentar a renda das famílias, de inserir essas famílias em mercados institucionais como o Programa de Aquisição de Alimentos, o Programa Nacional de Alimentação Escolar, bem como no comércio local, nas feiras livres e na própria comunidade em que estão inseridas essas famílias.”, explica Márcia Araújo, diretora de Educação e Extensão rural do Emater.

Por cultura, comodismo ou falta de informação, muitas vezes só pensamos a figura do produtor rural como o homem forte e que supera adversidades, mas esquecemos que as mulheres ocupam esses espaços e superam muito além do sol forte e da vida difícil no campo, os preconceitos atribuídos a cada uma delas que buscam na terra o sustento. A coordenadora do Movimento dos Pequenos Produtores Rurais, Josy Costa, comentou a importância de oportunizar os cursos e capacitações a essas mulheres.

"Queremos dar a mulher do campo a oportunidade de não mais depender de seu companheiro. Elas podem e devem produzir e gerar renda", destacou. 

Nailene Pereira, é uma dessas mulheres. Ex-presidente da Associação, ela conta como a vida mudou com a chegada do Emater na comunidade.

“A vinda do Emater trouxe mudanças, mudanças para melhor. Já tivemos dois cursos, acompanhamento, aprendemos a beneficiar os produtos da macaxeira e tem nos ajudado a melhorar as nossas finanças, para termos uma renda melhor. Nós só podemos agradecer ao Emater que traz esse conhecimento e as técnicas que nos acompanham que são ótimas”. 

Dentro desse projeto, e não poderia ser diferente, o acompanhamento de cursos são realizados por mulheres, extensionistas do Emater.

A presidente da associação, Alcilene Rodrigues, contou sobre a importância da união do grupo no processo de produção.

“Aqui dentro da associação, nós somos amigas, produzimos juntas e principalmente aprendemos umas com as outras, todo mundo faz de tudo e acaba nem parecendo trabalho”. Além dos cursos de capacitação, os equipamentos que permitem o beneficiamento da farinha também funcionam dentro da sede da associação.

AÇÕES DO EMATER LEVAM CAPACITAÇÃO A AGRICULTORES FAMILIARES EM REGIÕES REMOTAS DO PIAUÍ

“Isso aqui mostra que tudo é possível, é aquela história da fundação do Brasil: “em se plantando tudo dá”. Isso é muito importante, principalmente porque o trabalho é feito com mulheres e com isso elas vão se empoderando, ganhando autonomia. Isso aqui não é favor, nós estamos trazendo, tardiamente, um direito deles e a gente espera que, de agora para frente, não haja interrupção”, afirmou a vice-governadora, Regina Souza.

No final do mês de maio, o diretor-geral do instituto, Francisco Guedes, esteve na comunidade participando de um dia de cidadania, com emissão de documentos, realização de capacitações, entre outros serviços que foram oferecidos aos moradores da comunidade, através de uma iniciativa da vice-governadora. 

"Ficamos felizes de participar das atividades na Serra do Inácio. Temos o compromisso junto ao governo do estado neste mandato do governador Wellington Dias de fazer o máximo para contribuir com o crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios piauienses e iniciativas como as que promovemos naquela comunidade auxiliam diretamente na renda dessas pessoas, um dos pilares do IDH. Além disso, também foi uma ótima oportunidade para estar em contato com os moradores e trabalhadores do campo e ouvir de perto os seus anseios e necessidades e ainda conhecer o trabalho dessas mulheres fantásticas", destacou Guedes.

Muito além da produtividade, desenvolvimento e até a geração de renda, a felicidade e a dignidade do trabalho transformam a condição de vida dessas mulheres. Antes vistas como pilares da família na figura materna e conjugal, elas encontram a felicidade dentro do que escolheram como trabalho, assim como destaca Luciana Ferreira, uma das extensionistas do Emater responsáveis pelos cursos de capacitação.

“Nós chegamos cedo e começamos o trabalho, elas já chegam alegres, nós divertimos muito dentro do projeto. As vezes, quando nos damos conta o horário já acabou. Esse trabalho nos deu a oportunidade de transformar a comunidade e dar um novo sentido à vida de todas as envolvidas”.

Na localidade, as extensionistas rurais do Emater atuaram durante uma semana na capacitação sobre o beneficiamento da macaxeira, voltada para agricultoras da região. As mulheres aprenderam a utilizar a mandioca para produzir de doces a sucos com as raízes da planta, que é comum na região. É o Emater auxiliando o desenvolvimento do Piauí pelas mãos de nossas mulheres.

 

EMATER – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí
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