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Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí
O oásis produtivo do interior de Altos que o Emater quer replicar no Piauí
18/10/2019 - 12:08  
  
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Vida da família mudou completamente com o Sisteminha

Imagine produzir praticamente tudo que precisa comer: carne, legumes, frutas e até mesmo iguarias famosas a disposição em seu quintal. Parece improvável? Acredite, ainda é possível.

Na zona rural do município de Altos, mais especificamente no assentamento Santa Bárbara, a cerca de 17 km de Teresina, Anderson de Sousa mostrou a equipe do Emater o seu oásis particular. Incumbido da missão de conhecer e propor ao produtor rural auxiliar a reprodução do sistema produtivo que ele mesmo criou, o diretor-geral do Emater – PI, Francisco Guedes, foi até a propriedade de Anderson para conhecer de perto a experiência que transformou a vida da família.

Antes da entrada é possível avistar entre a cerca um tanque, água quase na borda e por dentro 150 peixes. A água, filtrada por uma bomba, descarta um resíduo rico em nutrientes produzidos pelos próprios peixes, sendo utilizada na irrigação das frutíferas e hortaliças. Um complexo organizado onde tudo é interligado e milimetricamente calculado para que não se possa ter outro resultado que não a autossuficiência. Esse complexo tem nome, Sisteminha, e é assim mesmo, no diminutivo que humildemente esconde sua enorme capacidade de dignificar o homem do campo.

“Eu participei de um curso em Parnaíba, com o professor Luís Guilherme, que foi quem criou o projeto, e quando eu vi o Sisteminha eu fiquei sem acreditar. Acho que quando a gente vê funcionando aí tem noção que dá para fazer, então eu resolvi fazer aqui em casa”, afirmou Anderson.

O Sisteminha Embrapa é um modelo de produção integrada de alimentos que foi desenvolvido pelo pesquisador da Empresa Brasileira para Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Luís Guilherme, com o objetivo de gerar segurança e soberania alimentar aos produtores. A ideia é simples, tudo que seria descartado de uma produção é utilizado para iniciar outra e ao fim do ciclo toda a produção se torna autossuficiente.

 “O produtor que utiliza esse sistema tem uma qualidade de vida melhor, porque ele produz o seu próprio alimento em seu quintal e essa quantidade de alimento, e a diversidade, é a chave satisfação que ele obtém ao final do processo”, destaca o pesquisador.

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O diretor-geral do Emater – PI, Francisco Guedes, falou sobre a intenção de estimular multiplicadores do projeto em todo o Estado. 

“Nossa intenção é replicar esse modelo produtivo. O Sisteminha se adapta as diferentes condições de produção e pode ser incrementado de acordo com a vontade de cada agricultor. É uma ferramenta que pode transformar agricultores familiares em empreendedores já que além da segurança alimentar, o Sisteminha proporciona capacidade comercialização dos alimentos produzidos. Queremos trazer o Sisteminha como uma bandeira do Emater, para que juntamente com a Embrapa e demais instituições parceiras, seja possível transformar para melhor a vida da população piauiense”, destacou Guedes. 

Anderson, que já havia sido contemplado pelo PRONAF A, por meio do Emater – PI, é acompanhado pelo técnico do Instituto, Roberval de Albuquerque, que contou um pouco sobre as expectativas da parceria do Emater – PI para a disseminação do Sisteminha. 

“Temos um exemplo de sucesso aqui com o Anderson e acho que podemos dar continuidade ao projeto em outros territórios, queremos ampliar o Sisteminha que se mostrou uma alternativa extremamente viável tanto na alimentação como na comercialização. O acompanhamento no desenvolver desse projeto nos mostra que além da produção a família pode conquistar sua total independência financeira”, ressaltou. 

Com uma produção de cerca de 35 quilos de peixe em cada um dos três tanques que ele mesmo construiu, Anderson foi além, e com os ensinamentos que obteve com o Sisteminha, decidiu enveredar na produção e comercialização de outros alimentos como a Cajuína, leite de coco e caldo de cana de açúcar. 

“Aqui eu praticamente não compro nada e ainda consigo ter uma renda que eu cálculo em torno de R$ 1.600 com o que vendo da produção. O povo encomenda peixe, cajuína, tudo, tudo mesmo, e o que eu posso dizer é que o Sisteminha funciona, depois que você vê ele montado não tem como não acreditar”, concluiu.

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