Numa solenidade repleta de entusiasmo e boas notícias, o Diretor Geral do
EMATER – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí, Engº
Agrº Francisco Guedes, representou o governador Wellington Dias, na abertura
do XIV Seminário Piauiense de Apicultura, que aconteceu ontem (31), no
município de Picos. O entusiasmo ficou por conta do discurso de Guedes, ao
afirmar que o impacto da seca no Piauí passa a ser menor na região do semi-
árido, por conta deste tipo de investimento.
“Com estes arranjos produtivos locais que dão sustentabilidade econômica e
social às famílias, e até ambiental como no caso da apicultura, o impacto da
seca é muito menor, pois há geração de emprego e renda e as famílias estão
conseguindo criar seus filhos com dignidade. Estão ganhando mais dinheiro
com a apicultura, com a criação de cabra e ovelha, produção de leite,
criação de galinha caipira, produção de caju, mandioca e biodiesel da
mamona. São espécies nativas que convivem bem com a ambiente de semi-áridez,
articulado com a consciência ecológica das famílias de que é preciso
conviver bem com este ambiente”, assinalou Guedes.
Guedes afirmou a importância da realização dos seminários técnicos como o
que estava sendo aberto naquela noite e lembrou que o marco referencial da
conquista do mercado de mel foi a realização de um Congresso Brasileiro de
Apicultura no Piauí, em 1996. “Naquela época só haviam 1200 pessoas
produzindo mel no Piauí. Hoje, são cerca de 30 mil, gerando emprego e renda.
Então, o seminário é de fundamental importância. Lembro aqui de nomes
decisivos neste processo como Rosa de Viterbo, do SEBRAE, Adriana Melo, José
Costa e Wildo, do BNB, e tantos outros nomes importantes naquela época”,
disse Guedes.
O diretor do EMATER encerrou o discurso anunciando a visita do Presidente
Lula a Picos até o final deste ano para a inauguração da Central das
Cooperativas Apícolas de Picos. Outra importante noticia para a apicultura
do Estado é de que a FBB – Fundação Banco do Brasil está desenvolvendo um
softwere de ultima geração para georeferenciar os apiários do Piauí, o que
vai possibilitar ao consumidor nacional e internacional a possibilidade de
ver a origem do mel que está sendo adquirido. “Isso vai dar mais
credibilidade ao nosso produto que passará a ser reconhecido como o mel do
Piauí”, encerrou Guedes.
Piauí é o primeiro em produção de mel no Brasil
O Estado do Piauí, no mês de julho passado, chegou à marca de U$ 512 mil
dólares em exportação de mel. Isso recolocou o estado na liderança de
exportação do produto no Brasil. Foi o que disse Reginaldo Rezende,
Coordenador da Rede Apis do SEBRAE. Segundo ele, a exportação de mel através
de unidades como a Casa Apis (que será inaugurada em breve em Picos), que
está entre as mais modernas do país, vai ter a capacidade de processar duas
mil toneladas de mel. Isso sinaliza que o Piauí vai estar consolidando a sua
liderança. A apicultura do Piauí este bem estruturada, não está mais só numa
região. Está em todas as regiões”, disse o coordenador.
De acordo com ele, ainda, o mercado americano passou a ser o principal
comprador do mel do Piauí, depois do embargo estabelecido pelo mercado
europeu ao mel brasileiro. Isso aconteceu desde a segunda quinzena de março
do ano passado, segundo ele, por problemas técnicos, não por qualidade. “A
pesar do embargo da união européia, até marco do ano passado o maior volume
de exportação era para Europa. Mas, nos meses que antecederam o embargo, a
Alemanha, por exemplo, importou U$ 4 milhões de dólares. Isso foi metade do
que ela tinha importado durante todo o ano de 2005. Ela sabia que ia haver o
embargo. Então fez uma compra estratégica para formar um estoque. Quer
dizer, se eles tivessem qualquer suspeita quanto a qualidade do nosso mel
eles não fariam isso”, finalizou o coordenador.