Jovens agricultores familiares do município de Pedro II participaram no último dia 22 de cursos ministrados por extensionistas do EMATER – Instituto de Assistência Técnica e alunos da Escola Família Agrícola Santa Ângela sobre utilização do pendúnculo de caju. Na oportunidade foi realizada ainda a I Feira / Exposição de Produtos à base de Caju, que contou com uma infinidade de produtos como doces, cajuína e rapadura.
O evento, que contou com a presença do Diretor – geral do EMATER / PI, engenheiro agrônomo Francisco Guedes, da coordenadora do Programa Compra Direta – SDR, Espírito Santo (que integra a parceria com a compra e doação de produtos) e do representante da FENAE – Federação Nacional dos Empregados da CAIXA (a mais nova parceira do EMATER), Lisarb Sena Melo, foi encerrado com um saboroso almoço com pratos preparados a base do caju como ingrediente principal. Antes do almoço os alunos estrelaram uma apresentação artístico-cultural, com a temática do caju.
“Essas parcerias entre instituições governamentais e entidades da sociedade civil são fundamentais para a geração de emprego e renda. E aqui, em Pedro II, observamos um exemplo de adaptação à nossa realidade a partir do conhecimento com sustentabilidade. Felicita-nos ver isso acontecer a partir da capacitação do jovem da região. E isso nos estimula a ampliar esse trabalho conjuntamente, sendo que nossa luta agora é, também, inserir o caju na merenda escolar, o que esta Feira demonstra que é viável”, disse Guedes, diretor-presidente do EMATER.
O programa de aproveitamento integral do caju vem sendo desenvolvido pelo EMATER há 03 anos. E a novidade desse ano são as Feiras /Exposições, que dão visibilidade às ações, além de ser uma forma de inserção no mercado dos agricultores que passaram pelos cursos de capacitação. Assim o EMATER proporciona novas oportunidades de trabalho e renda, a partir de um produto que era praticamente todo desperdiçado.
Alunos participam do evento
Nos últimos dois anos os alunos da escola foram capacitados para o aproveitamento integral do pendúnculo do caju, através da equipe de extensionistas do EMATER. Para a Feira houve 02 cursos de produção de cajuína e doces no Assentamento Paraíso – primeiro assentamento de jovens do Piauí - que contaram com a participação de cerca de 50 alunos. “Os participantes demonstraram muito interesse, tanto é que depois do curso ficaram produzindo
sozinhos os produtos que estão sendo expostos. Pra eles este curso é importante por ofertar uma oportunidade de trabalho, ensinando a agregar valor a um produto abundante na região”, conta a extensionista social do EMATER, Aldemira Maria Martins.
Segundo Milton Paula, coordenador estadual do Projeto Cajuína do Piauí e responsável pelo segmento de Agroindústria do EMATER, o objetivo desse evento é despertar o empreendedorismo nos jovens participantes dos cursos nos municípios, além de divulgar as ações e dar visibilidade ao trabalho junto aos agricultores familiares, já que estes jovens serão agentes de dispersão da mensagem de que a atividade da cajucultura não se restringe apenas à comercialização da castanha.
A Feira / Exposição foi visitada por alunos de outras escolas do município além de turistas que visitavam a cidade. Todos saíram com uma ótima impressão, devido à organização e qualidade dos produtos expostos. “A impressão que eu tive da Feira é que pela primeira vez no Brasil temos um produto que pode concorrer com o refrigerante. O EMATER está no lugar certo, capacitando jovens. E existe a possibilidade da FENAE firmar também outra parceria com o EMATER na área de cajucultura”, afirmou o representante da FENAE, Lisarb Sena.
“O agricultor alimenta o mundo!”
Irmã Celina é mais uma nordestina que acredita no campo. A freira baiana preside a Fundação Santa Ângela, que conta com a única escola com curso técnico em agropecuária na cidade. E que a cerca de três anos é uma das parceiras do EMATER na capacitação do agricultor familiar pedrossegundense.
“A parceria como o EMATER já é de longa data, desde as doações de mudas de caju feita pelo órgão, das quais hoje nós estamos colhendo os frutos nessa Feira / Exposição. E juntos, buscamos incentivar os jovens de que eles devem acreditar no potencial do campo para a qualidade de vida que nós queremos alcançar, sem que seja necessário o êxodo rural. Assim, a auto-estima dos jovens se fortalece a partir do conhecimento e aprendem a confiar no potencial da região É uma juventude de esperança. Isso quer dizer que, se dermos atenção e acreditarmos no homem do campo, teremos um país melhor e o desenvolvimento rural deixará de ser um sonho”,enfatiza Irmã Celina.
Paulo Robert é um exemplo dessa juventude que acredita no EMATER e seus parceiros. Jovem de 20 anos, morador da localidade Tucuns dos Pedros (município de Pedro II). Ele já participou de cursos de aproveitamento integral do caju, oferecidos através de uma parceria de sucesso entre o EMATER e a Fundação Santa Ângela. O aluno, que está prestes a concluir o curso oferecido pela Fundação em técnico em agropecuária, já implementou os conhecimentos que adquiriu em um projeto de uma mini fábrica artesanal de beneficiamento do pendúnculo do caju, que já está em fase de conclusão, e que foi financiada através do PRONAF JOVEM, além de ter a compra de sua produção garantida pelo Programa “Compra Direta”.
Assim como Paulo, centenas de jovens são beneficiados com parcerias semelhantes a essa, firmada entre o EMATER e a Fundação Santa Ângela, e aprendem a confiar no potencial do campo e de sua região, o que tem contribuído para a diminuição do êxodo rural.
Por Tuyná Fontenele (estagiária)
ASCOM – EMATER
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26/11/07