INFORMAÇÕES E SERVIÇOS PARA O CIDADÃO
Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí
Riacho Mocha continua vivo
16/02/2008 - 00:11:17  
  
Twitter 
Google+ 

Por José Marques de Souza Filho
Assessor de Comunicação do EMATER/PI
9929 5814

No primeiro dia da Caravana Cantadores das Águas, o cantor e compositor Carlinhos Piauí, visitou ontem (15) sexta-feira, o município de Oeiras, onde fica localizado o Riacho Mocha. Naquele município, Carlinhos encontrou um movimento em defesa da revitalização do riacho, que está sendo encaminhado pelo Espaço Arte da Praça das Vitórias, encabeçado pela arquiteta Josevita Tapety e o poeta Jadson Santos e que congrega diversos tipos de acervo de artes naquela cidade. A caravana tem o apoio do governo do estado, através do EMATER – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural e FUNDAC – Fundação Cultural.

De acordo com os coordenadores do movimento, no ano passado aconteceu o I Fórum Sócio Ambiental de Oeiras, que teve como tema “Riacho Mocha: o Piauí nasceu aqui. “Para mim o Riacho Mocha não morreu! Ele está morrendo...o que é pior. Quando se morre a gente enterra e acabou-se. Mas, o Mocha está ai, minguando, se lamentando, chorando...A cada dia que passa as pessoas não ligam mais para a situação que ele se encontra. Antes, os poetas escreviam, a televisão queria saber sobre o riacho, as pessoas faziam projetos...mas, hoje, nem isso eles fazem”, explica Jadson Santos.

De acordo com Josevita Tapety, no próximo dia 08 de março acontece a segunda etapa do movimento, quando será prestado conta das ações que foram previstas no evento anterior. “Queremos transformar o fórum em algo permanente. Também lançaremos o Manifesto de Oeiras, em defesa do patrimônio histórico, arquitetônico, sócio-ambiental e etinológico”, afirma Josevita.

A arquiteta reclama da reforma feita na ponte Zacarias de Góis, a primeira sobre o Riacho Mocha, que também é a primeira construída no estado do Piauí. “Era uma ponte feita em pedra de Cantaria e o piso em pedra Cabeça de Jacaré. Essa ponte foi reformada umas três ou quatro vezes. E a gente tem hoje um rio que virou canal e uma ponte que foi completamente descaracterizada. A primeira ponte do Piauí, que era para manter as lembranças do período colonial no Brasil”, diz Josevita.

Socorro lembra quando tomava banho no Poço dos Cavalos

A atriz e poetiza Socorro Amorim, 44, que mora desde criança em Oeiras, comenta sobre os tempos de menina quando tomava banho no riacho Mocha, no antigo Poço dos Cavalos. “Era ali, aonde a gente tomava banho e lavava roupa. Vinha muitos cavalos tomar banho aqui também, mas o pessoal não tinha medo. A origem do nome Riacho Mocha foi uma vaca, que não tinha chifre, morreu ao lado do riacho. A gente tomava banho, cantava, xingava”, lembra Socorro.

Ela leva a equipe da Caravana Cantadores das Águas, até a “Ponte do Rio que Cai”, que segundo ela, liga a cidade a lugar nenhum. “Aqui tem um olho d’água onde o pessoal pegava água para beber. Para eles (políticos) não acabarem de vez com o olho d’água eles fizeram a ponte. Mas, a ponte não vai para lugar nenhum, nem vai nem vem, é só mesmo para cobrir o riacho”, finaliza.

16/02/08

EMATER – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí
Rua João Cabral, 2319 • Bairro Pirajá • CEP 64.002-150 • Tel: (86)3216-3858/56/52/64