Por José Marques de Souza Filho – Jornalista DRT 1002
Assessor de Comunicação do EMATER- PI
Tel – 9929 5827
Cerca de 40 toneladas de uva, produzidas no assentamento Marrecas, no município de São João do Piauí, vão estar prontas para serem comercializadas no próximo mês de março. Hoje (28) pela manha, o diretor geral do EMATER – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí, Eng. Agron. Francisco Guedes, participou de uma reunião, realizada na sede do INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, em Teresina, para discutir, juntamente com os representantes dos assentados e das diversas instituições do governo ligadas ao meio agrícola, para buscar estratégias viáveis que garantam a comercialização do produto.
Além do EMATER e do INCRA, estiveram presentes à reunião representantes da CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba, MST – Movimento dos Sem Terra, CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento, CEAPI (antiga CEASA), Delegacia do MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário e SDR – Secretaria do Desenvolvimento Rural. “Esta mesma equipe vai se reunir amanhã, às 9hs, com os vendedores da CEAPI para negociar a venda das uvas. É um orgulho ver o sucesso de uma parceria do governo com os agricultores familiares e os movimentos sociais, no caso com o MST. Estamos transformando conjunatamente o Marecas em assentamento modelo para o Brasil”, afirma Guedes.
De acordo com Tomas Raimundo Ribeiro, Presidente da Associação dos Irrigantes do Marecas, 45 integrantes do assentamento participam do projeto de irrigação na produção de uva, goiaba, banana, melancia, feijão, milho, macaxeira e abóbora. Somente de uva, estão sendo cultivados 4 hectares. “No ano passado nós também colhemos 40 toneladas, sendo que 20 toneladas foram vendidas para o Programa de Compra Direta Local e a outra metade foi vendida na própria comunidade. A nossa idéia é aumentar a nossa produção de acordo com o aumento da demanda”, afirma Raimundo.
De acordo com o superintendente do INCRA – Evandro Cardoso, a proposta visa ainda discutir de forma geral a questão da comercialização de produtos da reforma agrária, que estão sendo produzidos nos assentamentos. Ele acrescenta que existem outros exemplos deste tipo na região norte. No município de Parnaíba, o assentamento Cajueiro tem uma boa produção de arroz. “No município de Buriti dos Lopes o destaque é o feijão. Essa reunião de hoje tem um efeito demonstrativo”, finalizou Evandro.
Projeto teve investimento de 2 milhões
De acordo com o Francisco Guedes, na época de implantação deste projeto, quando ele ainda era o presidente da CODEVASF, encontrou bastante resistência de muitos na direção superior que não acreditavam na viabilidade da idéia, com o MST. Mas, com muito esforço foram investidos cerca de 2 milhões na implantação de duas adutoras para beneficiar a produção agrícola e abastecimento d´água para caprinos e ovinos, para a fruticultura irrigada, um chafariz, uma lavanderia, dentre outras benfeitorias, a partir de um poço jorrante.
Guedes avalia que o mercado exige qualidade e escala de produção. Daí a necessidade de pensar a comercialização de forma bem planejada. Em função disto, é que, segundo ele, o EMATER está disponibilizando uma das redes temáticas do Instituto para contribuir na construção de um modelo de Gestão de Negócio para a comercialização dos produtos no assentamento Marecas, a exemplo da Casa APIS, uma projeto dos produtores de mel na região de Picos, a central das cooperativas de apicultores do semi-árido.
Ele acrescenta que também serão investidos cerca de R$ 500 mil, recursos oriundos de convenio do EMATER com o MDA, para implantação, no próximo mês de março, de um projeto de Micro-Bacia hidrográfica naquele assentamento. “Esta proposta, prevista para iniciar em março, visa pensar e executar todos os elos da cadeia produtiva de forma participativa”, finaliza Guedes.
28/02/2008