Por José Marques de Souza Filho – Jornalista DRT 1002
Assessor de Comunicação do EMATER- PI
Tel – 9929 5827
O Diretor Geral do EMATER – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí, Eng. Agrôn. Francisco Guedes participou ontem (03), no município de Esperantina do lançamento do projeto que vai levar assistência técnica e extensão rural para as comunidades negras rurais quilombolas, localizadas nos municípios daquela região – O ATER NO QUILOMBO. “Lembro que, dos dois primeiros títulos comunitários de terra para comunidades negras do Piauí, entregues pelo Presidente Lula, em Brasília, um deles foi para a comunidade Olho D´agua dos Negros, de Esperantina.”, disse Guedes ao falar para as cerca de 80 pessoas de várias comunidades quilombolas da região.
Participaram do evento, além do diretor geral do EMATER, representantes de várias instituições como a CECOQ – Coordenação Estadual das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, Josenito Vasconcelos, Coordenador do Programa de Desenvolvimento Rural Integrado e Sustentável da Mata dos Cocais, BNB - Banco do Nordeste, INCRA, Sindicatos de Trabalhadores Rurais dos municípios da região, dentre outros, além do consultor do EMATER, Eugênio Peixoto, que é ex-secretário nacional de reordenamento agrário do MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário e ex-diretor da CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura. “O Eugênio está colaborando na implementação de três projetos prioritários do EMATER. Além do ATER no quilombo, tem ainda o turismo rural e caprinovinocultura”, disse Guedes.
Guedes cobrou empreendedorismo dos quilombolas e fez uma comparação para ilustrar o pedido. “Hora, quando chega energia elétrica numa comunidade, vem logo uma loja do Armazém Paraíba. Então, temos também que fazer o mesmo para fazer chegar bons projetos que possam desenvolver economicamente cada município”, replicou.
Eugenio Peixoto lembrou a necessidade de discussão sobre a inserção dos quilombolas no PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar e da falta de dados sobre a quantidade e qualidade de projetos direcionados aos negros. Ele propôs a elaboração de um documento para ser entregue às autoridades sobre a ocorrência de quilombolas no PRONAF, aproveitando a discussão sobre as dividas dos agricultores familiares de todo o Brasil neste programa, que esta sendo encaminha em Brasília. “As políticas publicas só acontecem quando a base se mobiliza”, disse ele.
A representante da CECEQ, Maria Rosalina, disse que a sociedade brasileira tem uma divida histórica com os negros e que a questão racial é um dos seus maiores desafios. Ela finalizou conclamando as comunidades a participarem ativamente do projeto. “O negro é tradicionalmente atrevido. Este programa depende muito mais de nós mesmos que moramos nas comunidades e sabemos o que nos falta. O que nos tem chegado vêm sempre como “sobras”. Este projeto veio para mexer com as estruturas, com os sentimentos das pessoas e alguns vão se sentir incomodados. Precisamos nos abastecer com a força dos nossos ancestrais”, finalizou Rosalina.
04/03/2008