Por José Marques de Souza Filho
Assessor de Comunicação EMATER
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O Pe. João de Deus, da paróquia Sagrada Família, do município de Oeiras, conta que, certa vez, há cerca de 20 anos atrás, perguntaram a ele o que era que mais se produzia naquela região? Ele respondeu rápido e em tom de brincadeira: menino! Mas, foi aí que, ainda naquela época, nasceu o Congresso de Lavradores daquele município, realizado anualmente numa versão para adultos, que acontece no mês de julho, e para jovens e crianças, que acontece em setembro. O evento busca discutir questões para melhorar a produção dos lavradores de Oeiras.
Este ano, o evento aconteceu ontem (24), hoje (25) e prossegue até amanhã, no auditório do Encontro de Casais com Cristo, no centro daquela cidade, e contou com a participação de mais de 400 lavradores oriundos de diversas comunidades rurais. Os organizadores buscaram a participação do escritório regional do EMATER – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí para mostrar as potencialidades de desenvolvimento da região. “A idéia do congresso de lavradores é buscar a formação do cidadão, melhorar a informação sobre novas tecnologias adaptadas ao semi-árido, além de melhorar a formação política das comunidades rurais”, explica o Pe João.
De acordo com a programação, agora pela manhã, os técnicos do EMATER falaram sobre a cajucultura e apicultura, sendo que, amanhã acontece outra palestra sobre o projeto de “barraginhas”. O evento também contou com a participação do diretor geral do Instituto, Engº. Agronº Francisco Guedes, que falou das ações do órgão no território do Vale do Canindé. “É preciso atentar para as mudanças de paradigmas que estão acontecendo no âmbito do desenvolvimento rural. A produção de subsistência está sendo substituída pelo empreendedorismo. O momento é para quem quer ganhar dinheiro”, disse Guedes.
Abel Rodrigues passou a aproveitar mais o caju
De acordo com o técnico da regional do EMATER em Oeiras, Técnico Agrícola Jonas Alves, o aproveitamento integral do caju é uma das atividades que aparecem como uma das maiores potencialidades da região. Ele mostrou aos participantes do congresso algumas habilidades de manejo muito importantes, que devem ser seguidas para se ter um melhor produção. “A grande dificuldade dos agricultores familiares é o conhecimento. Por exemplo, o caju é uma cultura sensível a sais, mas eles colocam esterco de gado nas plantas. Mas, isso interfere no desenvolvimento das plantas”, explica Jonas.
Jonas disse que o EMATER tem promovido varias atividade de aproveitamento integral do caju e dá como exemplo um agricultor do município de Tanque do Piauí, na região de Oeiras. Segundo ele, o Sr. Abel Rodrigues, que participou de cursos promovidos pelo Instituto, planta atualmente 10 hectares de caju e tem uma produção anual de 6500 garrafas de cajuína. Ele vende cada garrafa por R$ 1,33. No total, ele passou a ganhar R$ 8.500 mil por produção. Na linha do empreendedorismo, isso equivale a R$ 708,00 por mês e tira Abel Rodrigues da linha de pobreza preconizada pela ONU – Organização da Nações Unidas, que estabelece o valor de R$ 600,00 para um família viver com dignidade”, diz Guedes.
O coordenador regional do EMATER em Oeiras, Méd. Veterinário Paulo Martins disse que o Instituto realizou cinco mini-cursos em agosto do ano passado nesta região e deve realizar mais cinco no próximo mês de agosto deste ano. “Nós adquirimos uma máquina de fazer cajuína, que vamos levar para cada comunidade”, finalizou Martins.
25/07/08