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Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí
Quilombolas ganham Plano de Desenvolvimento no norte do Estado
14/10/2008 - 00:12:13  
  
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Trabalhadora Rural

Por José Marques de Souza Filho
Assessor de Comunicação EMATER
Tel 8851 2986

Técnicos que atuam no Projeto - ATER no Quilombo, desenvolvido pelo EMATER - Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí, em parceria com a Coordenação das Comunidades Quilombolas do Piauí, estão desde quinta-feira (09) construindo um plano de desenvolvimento rural sustentável para comunidades quilombolas da região de Esperantina. O trabalho faz parte de convênio com o MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário e seque até o próximo dia 17.

“A nossa expectativa é de saíamos daqui com um plano bastante qualificado por que nós utilizamos a metodologia do diagnóstico rural participativo, onde a comunidade atua em todo o processo”, diz o Eng. Agrôn. Orlando Costa, coordenador do projeto.

Reunião na comunidade  Reunião na comunidade
Técnicos atuando nas comunidades quilombolas

De acordo com Orlando, baseado no diagnóstico que foi feito nestas comunidades, numa fase anterior, os quilombolas estão reivindicando, além da titulação das terras, uma assistência técnica mais presente e políticas públicas. “Estas são comunidades bastante excluídas e esta tem sido uma característica das comunidades quilombolas. Eles querem produzir. Mas,  querem o acompanhamento técnico. Também querem moradia digna, saneamento básico, energia elétrica, escola, posto de saúde e toda estrutura básica necessária para viverem com dignidade”, explica Orlando.

Técnicos do EMATER  Equipes vão a campo
Técnicos atuando nas comunidades quilombolas

As equipes técnicas foram compostas para atuarem em quatro comunidades do município de Campo Largo, três em Esperantina e quatro em Batalha. “Com as 25 comunidades que nós vamos trabalhar até o final deste ano, sendo 11 na região de Esperantina e 14 em São João do Piauí e São Raimundo Nonato, a EMATER perfaz um total de 106 comunidades, onde tem sido construído um plano de desenvolvimento rural sustentável para estas comunidades e tem implementado, naquilo que diz respeito ao EMATER, demandas que saem nestes planos, articulado com os outros órgãos executores das outras políticas publicas”, diz Orlando.

Como é construído o plano participativo

Desde o primeiro momento a comunidade participa, dizendo quais são as potencialidades e os pontos fortes em cada dimensão do desenvolvimento rural sustentável nas dimensões social, econômico, institucional e ambiental. De acordo com a extensionistas Social do EMATER, Risomar Garcia Fernandes, um dos facilitadores que atuaram na comunidade São Francisco, a própria comunidade identifica também as próprias fraquezas. 

  Reunião na comunidade
Comunidade participa

“A partir do que eles têm de potencialidades e fraquezas é que vamos fazer um plano de desenvolvimento. Ou seja, tentar reverter esta situação, deixando a comunidade perceber como eles estão e como querem estar daqui a cinco anos. Com essa perguntar geradora, a gente vai trabalhar as ações estratégicas e os projetos”, explica Risomar.

Na comunidade “Manga”, em Batalha, a extensionistas social Maria Góis, trabalha com o apoio dos técnicos agrícolas João Marques e Aldo Filho, além de um representante da coordenação quilombola. “Nós estamos usando um documento sistematizado das referencias da comunidade, buscando fazer uma visualização através de “tarjetas escritas” para que eles analisem cada dimensão, cada colocação que eles fazem”, explica Góis.

A vida no quilombo

Segundo Cláudio Henrique, da coordenação estadual das comunidades quilombolas na região dos Cocais, atualmente existem 126 comunidades quilombolas em todo o Piauí. A constatação dele é de que algumas comunidades tiveram pouco desenvolvimento. Em outras, como a comunidade São Francisco, onde ele atuou como facilitador, já existem algumas melhorias como energia elétrica e água. “Esse trabalho vem traçando essa política publica para melhorar a qualidade de vida do povo negro, que há tantos anos ficou esquecido”, afirma Cláudio.

Família quilombola
Típica família quilombola

Para ele, as comunidades quilombolas precisam ser reconhecidas por todas as políticas governamentais. Eles querem ainda trabalhar por um projeto cultural de reconhecimento das comunidades como negras e a viabilização de projetos produtivos. “Geração de renda é trabalhar na agricultura familiar com projetos de campos agrícolas, criação de caprinos, ovinos e aves. Na parte cultural é preciso um espaço para que os negros possam apresentar a cultura dos seus antepassados, como o “Tambor de Crioula”, “Reisado”, “Dança de São Gonçalo”, “Samba de Cumbuca”, “Caretas”, uma infinidade de culturas”, explica Cláudio.

13/10/2008

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