Por José Marques de Souza Filho
Assessor de Comunicação EMATER
8851 2986
Um carta entregue (em mãos) ao governador Wellington Dias pela senhora Maria da Guia Alves, que há trinta anos mora no bairro Jureminha, no município de Oeiras, que fica a cerca de 300 km ao sul de Teresina, foi o marco inicial para o processo de revitalização e ampliação de 0,6 hectares da horta comunitária do CAIC - Centro de Atenção Integrada à Criança e o Adolescente, que fica no mesmo bairro de dona Maria.
Senhoras fazem parte do projeto
"É de fundamental importância esta horta para complementação da renda de 25 famílias dos bairros Jureminha e Oeiras Nova. A parceria com o CAIC melhora e amplia o trabalho daquelas famílias. Eles trabalhavam com a água tratada da Agespisa e tinham um gasto muito grande, excessivo. Com a perfuração de um poço tubular, dentre outros equipamentos e a assistência técnica do EMATER, vai ser possível dá um impulso muito grande à horta do CAIC de Oeiras", disse o Eng° Agr° Francisco Guedes, diretor geral do EMATER.
Levando em consideração também a situação de alagamento que as famílias tinham sofrido, a promessa do governador foi cumprida através de uma inovadora parceria do EMATER - Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí, INTEDS - Instituto Nacional de Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável e a Fundação Dom Edilberto. "Todas as minhas amigas aqui, não tinham condições de comprar estrume, nem sementes, nem nada. Então, o governador veio fazer uma reunião num assentamento aqui perto e eu resolvi pedir ajuda a ele", conta dona Maria.
No projeto, elaborado pelo técnico do EMATER da regional de Oeiras Jonas Santos, estão sendo investidos R$ 23.745 mil, oriundos do próprio governo estadual. Além da perfuração do poço tubular, que tem 120 metros de profundidade e atinge uma boa vazão, a horta está sendo ampliada para dois hectares e recebeu novos equipamentos como carrinhos de mãos, regadores, pás e enxadas, além de uma boa quantidade de sementes apropriadas para o plantio de diversas hortaliças como cebolinha, coentro, couve-flor, pimentão, tomate, quiabo, e até ervas medicinais.
“Queremos ampliar a horta, além de melhorar a produtividade e a qualidade das hortaliças produzidas aqui. Com a ajuda dos técnicos do EMATER nós estamos organizando os espaços, que eram improvisados. A intenção é que esses alimentos, além de atender as necessidades de subsistência, possam atender ao mercado local de Oeira", disse Antonio Pereira, coordenador estadual do INTEDS no Piauí.
Utilização de espaços
De acordo com o coordenador regional do EMATER de Oeiras, Med. Vet. Paulo Martins, existem novidades na horta do CAIC. Além do aproveitamento de antigas áreas que eram usadas para jardins, Martins elogiou a iniciativa do técnico do EMATER, que está fazendo visitas semanais ao projeto, em utilizar todos os espaços para produção de hortaliças. “Veja onde estão sendo plantadas hortaliças! Temos canteiros feitos em cima de uma base de concreto. Mas, com apenas cinco ou seis centímetros de esterco, é possível produzir cebolinha e coentro. Com isso, nos temos condições de ampliar ainda mais o número de famílias atendidas”, disse o coordenador.
Arimatéia guarda horta a cadeado
José de Arimateia, produtor
O senhor José de Arimateia, que é um dos dois únicos homens que participam do projeto, escolheu um lugar privilegiado para fazer seus canteiros. Ele conta que o lugar é mais sossegado com muro de concreto e fechado a cadeado, pois evita que os meninos que freqüentam o CAIC possam pisar suas hortaliças. O esperto Arimateia diz que planta pimentão, cheiro-verde, coentro, alface, tomate e pimentinha de gosto. “Eu “entrego” para um compadre meu, que tem um supermercado. O coentro a R$ 0,35 o "móio". Já o pimentão é R$ 7,00 o centro", exemplifica, Arimatéia, o processo de comercialização.
Geração de trabalho e renda
Boa produtividade
Para o padre João de Deus, da Fundação Dom Edilberto, o emprego de famílias da periferia e, principalmente, mulheres que não teriam alternativa de vida e sobrevivência, a horta dá um impulso econômico muito bom. "Os produtos hortigranjeiros de Oeiras vêm todos de Petrolina, no vizinho estado de Pernambuco. À medida que se comece a produzir aqui, de forma sistemática, esse mercado vai sendo atingido pela produção local", disse o padre.
Grupos de trabalho
As mulheres falaram que o dinheiro da venda das hortaliças está servindo para a compra de material escolar para seus filhos como cadernos, lápis, e até farda. Elas afirmam que chegam a tirar uma média de R$ 30,00 por dia, em tempo de colheita. "É cinqüenta centavos um "móio" de cheiro verde com coentro, o que dá uma média de R$ 300,00 por mês”, finaliza a mulher conhecida como Chiquinha do Cheiro Verde.
18/12/08