Texto: Edson Falcão Lima – Engº de Pesca/EMATER. Edição: Whenna Duarte Martins
Com a chegada da quaresma, tempo que representa reflexão, penitência e abstinência de carne vermelha em alguns dias, a conseqüente alteração do mercado de consumo do peixe estimula ainda mais a produção dos aquicultores. O Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí-Emater/PI, através da Rede Temática da Pesca e Aqüicultura, coordenada pelo Engenheiro de Pesca, Edson Falcão, incentiva a criação de peixes e a geração de renda para seus criadores. Segundo Edson Falcão, muitos aquicultores piauienses já preparam seus estoques em torno de 310/ton para atender a demanda da Páscoa, sendo que a espécie de maior participação é o tambaqui, e seus híbridos, e cerca de 97% de oferta da tilápia tem produção e oferta na região de Picos.”Os consumidores devem dar preferência às espécies de origem do cultivo, como forma de regular o mercado e reduzir a exploração dos espécies nativas, contribuindo ambientalmente para recuperação dos estoques naturais”, explica.
Rede Temática da Pesca e Aqüicultura
Através da Rede Temática da Pesca e Aqüicultura é feita a elaboração de projetos, através do Crédito Rural, no sentido de promover a produção, como capacitações dos criadores e implantação de unidades demonstrativas, onde a partir delas, se possa ampliar e desenvolver atividades econômicas geradoras de rendas. Aliado a isso, também se ressalta a preocupação com o mercado consumidor e a comercialização, onde são geradas iniciativas para que o criador possa incorporar valor ao seu produto. “O Piauí tem grande potencial na produção de pescado devido à obtenção de uma malha hídrica bastante rica, seja de águas represadas, principalmente no semiárido, ou das doze bacias hidrográficas, o que permite ao estado avançar muito na área”, é o que explica o Engenheiro de Pesca, acrescentando ainda que” Nós temos mercado franco e aberto para produzir no Piauí, e temos as condições naturais e climatológicas que só favorecem produção. Temos aptidão para desenvolver na região norte, a piscicultura com viveiro no chão batido, ou seja, a piscicultura convencional, e na região sul a piscicultura em tanques de rede, uma vez que com o advento das barragens os custos de produção dessa atividade são minimizados”, afirma Edson.
Os valores
A variedade de peixe e de preços é grande e dependendo da espécie o valor do quilo pode variar de R$ 4,30 a R$ 22,00. As espécies mais procuradas são; piratinga, branquinho, matrinchã, pescada amarela, serra, cavala, tambaqui e tilápia. Os preços praticados são piratinga, a R$ 13,00 e R$ 14,00, a pescada amarela a R$ 18,00, o branquinho a R$ 10,00, o tambaqui a R$ 7,50 e a tilápia a R$ 10,00/kg, sendo que o peixe mais barato é o tambaqui de meio quilo, vendido na capital a R$ 6,00/kg. A pescada amarela, preferida dos piauienses, de R$12,00/kg com cabeça, corresponde o equivalente à R$ 18,00, e o filé a R$ 24,00. A variação entre os estabelecimentos que comercializam o produto fica em torno de 18% . Edson Falcão explica que até mesmo o bacalhau, peixe nobre em supermercados, apresenta variação de preço, dependendo da espécie e procedência. “O bacalhau verdadeiro, o Cod Gadus Morhua do Porto não custa menos que R$ 95,00 o quilo”, ressalta. De acordo com o Engenheiro de Pesca do Emater Edson Falcão, no mercado do peixe, o peixe preferido continua sendo o piratinga. “Apesar dos preços salgados, a pescada amarela e o tambaqui têm boa aceitação no mercado piauiense”, declara Edson.
EMATER – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí
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