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Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí
Emater-PI fortalece vínculos com as mulheres trabalhadoras rurais
21/03/2011 - 00:11:50  
  
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Coletivo das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Piauí
Na última sexta-feira, 18 de março, o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí (Emater-PI) esteve reunido com o Coletivo de Mulheres Trabalhadoras Rurais (CMTR/PI) na sede deste, localizada no Bairro Promorá, em Teresina. Participaram da reunião agricultoras familiares representantes de vários municípios como Paulistana, Valença, São Miguel do Tapuia, Currais, Amarante, Barras, Morro do Chapéu e Luzilândia.  

A presidente do CMTR-PI, Maria Gorete Oliveira Costa, explicou que o objetivo do encontro era analisar a situação das parcerias diante da mudança de governo, estudando a continuidade das mesmas.  Ao todo, o coletivo trabalha com 6 Grupo Produtivos e tem como meta para 2011 a abertura de mais três. Durante a reunião, as agricultoras puderam expor suas principais carências, dentre estas, tem-se a necessidade de mais capacitações e a questão do repasse financeiro para o Coletivo, que sofre principalmente com dificuldade de transporte.

Coletivo da Mulheres Trabalhadoras Rurais do Piauí

José Irismar Cavalcante,diretor de Educação e Extensão Rural (DIEEX), que na ocasião representou a diretoria geral do Emater-PI, foi aplaudido pelas agricultoras ao destacar a relevância desse tipo de parceria. “A casa conhece o trabalho de vocês, e essa aproximação com as mulheres trabalhadoras permite, antes de tudo, o incentivo de uma reflexão cada vez maior sobre o próprio papel da mulher dentro de nossa sociedade”, declarou no encontro.

Adalberto Pereira do MDA-PI e José Irismar do Emater-PI

Vale ressaltar a presença de Adalberto Pereira, delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Piauí que esclareceu as principais dúvidas das trabalhadoras, além de explicar a mudança na aplicação dos projetos com o lançamento das chamadas públicas. “Os convênios são positivos, porém acabam engessando os trabalhos e dificultando sua execução pela quantidade de burocracia. Agora, neste ano, a modalidade será através de contrato, para isso as empresas irão se cadastrar e entrar na concorrência das chamadas públicas”.

CMRT


A reunião também levou incentivo à valorização de tudo que é produzido pelas trabalhadoras. Isto porque, as agricultoras muitas vezes, deixam de lucrar pela falta de informações, fato este que marca o diferencial das capacitações promovidas pelo Emater. “Cajá, guabiraba, murici e pintomba são exemplos de frutas que podem facilmente ser introduzidas no mercado. É preciso estender a visão para valorizar tudo o que se tem nas mãos. Tudo isso, de forma sustentável, pode e deve ser aproveitado”, é o que defendeu Socorro Ulisses, articuladora da Rede de ATER para Mulheres.

Luta que gera crescimento

A agricultora Júlia Rodrigues, que foi uma das fundadoras do movimento, chamou atenção durante por permanecer envolvida na luta com seus 72 anos de idade. Destes, 20 anos dedicou à causa das mulheres trabalhadoras rurais. “Antes eu tinha medo até de falar, também nunca aprendi a escrever. Minha luta começou foi aos 7 anos, quando eu comecei a ajudar meus pais com a carnaúba e o feijão. Quando eles morreram, eu tinha 15 anos e já cuidava da roça sozinha. Nesse tempo, nem se sonhava com  algum tipo de incentivo pra nós, mulheres”, declarou com um sorriso no rosto.

D. Júlia do CMTR-PI


Para Maria Aparecida, que é vice-presidente do CMTR-PI e mora em Piripiri, o movimento trouxe inclusão social e amadurecimento para a classe. “Esse movimento, foi para nós, como um troféu, pela bagagem de conhecimento que adquirimos. Todas nós crescemos politicamente. Quando começamos, no ano de 2008, quase nenhuma mulher rural se envolvia com política, estávamos à margem de todas essas questões”, enfatizou.

Por Jhussyenna Reis
EMATER – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí
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