Quatrocentos e cinqüenta famílias de agricultores dos Estados do Piauí, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Sergipe serão beneficiados com a instalação de 22 unidades estratégicas coletivas de multiplicação de sementes através de um convênio entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA e Secretaria de Agricultura Familiar – SAF em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA e os Institutos de Assistência Técnica e Extensão Rural dos sete estados.
O objetivo do projeto é tornar os agricultores familiares auto-suficientes em relação à demanda de sementes, considerado o insumo mais importante no processo produtivo, além de desencadear e desenvolver processos de capacitação permanente e contínuo de extensionistas rurais tendo como referência métodos participativos.
"Os agricultores familiares passam a se tornar auto-suficientes na produção de sementes sem precisar depender de mecanismos clientelistas de doação de sementes para atender às demandas deles e sem necessidade de utilizar, como tem sido freqüente, outros insumos", explica o Assessor da Embrapa Nacional, Nicolau Schaum.
Esse projeto está sendo desenvolvido em diversas etapas. Durante os dias 16 a 18/10, extensionistas rurais dos Institutos de Assistência Técnica e Extensão Rural dos Estados do Ceará, Maranhão e Piauí, estiveram reunidos no Centro de Treinamento da Agricultura Familiar - CENTAF do Emater/PI para mais uma etapa do projeto, que consistia numa longa e detalhada discussão teórica e filosófica dos métodos participativos numa perspectiva transformadora.
"Vimos orientações e procedimentos, mas muitas etapas ainda serão desenvolvidas. Saímos daqui com um calendário de trabalho em campo e aí saberemos como a unidade realmente vai funcionar", afirmou o Extensionista Rural do emater/PI, Antonio de Sousa Neto, um dos participantes da capacitação .
No Piauí, a região de Valença foi escolhida para a instalação do projeto piloto, no Assentamento Santa Maria na comunidade Porenquanto (Barra D’Alcântara) com uma área de um hectare de milho e a participação de 20 famílias. O assentamento Santa Luzia (Valença) será contemplado com uma unidade de produção de sementes de feijão, com a participação de 17 famílias.
Para o coordenador do Regional do Emater de Valença, Tomás Matias Dantas, a maior importância desse projeto é que ele servirá de modelo para outras regiões do país. "É um programa de muita responsabilidade, os agricultores familiares vão produzir sementes para as roças deles e poderão vender o excedente para outros produtores por um preço melhor que o grão, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da região", afirma.