Quem passa pela Praça Pedro II em dias de FERAPI – Feira Piauiense de Produtos do Povo da Reforma Agrária e do Povo Quilombola, encontra uma variedade de produtos, como o artesanato em barro da Comunidade de Potes da região de Oeiras, como o crochê das mulheres do assentamento Vale da Esperança, município de Teresina e os produtos de limpeza do assentamento Resistência Camponesa, de Demerval Lobão.
Em sua maioria, os participantes da FERAPI são agricultores familiares que trabalham na roça plantando arroz, feijão, mandioca, milho, abóbora, melancia, caju entre outras culturas e desenvolvem atividades extras para aumentar a renda da família.
Um exemplo disso é a moradora do assentamento Santana Nossa Esperança, região de Teresina, Célia Costa, que junto com seis outros moradores, está participando da feira. "Nosso assentamento não está legalizado e, até conseguirmos essa vitória, estamos trabalhando para o sustento da nossa família, nos reunimos para fazer costuras e bordados para vendermos para os amigos e comunidades vizinhas", afirma.
Minelvina dos Santos, do assentamento Resistência Camponesa, existente há quatro anos, onde moram 27 famílias que se sustentam através da roça e produtos caseiros de limpeza já participa da feira há dois anos. "Vale a pena vir para a feira, é uma oportunidade para expor e vender nossos produtos, além de compartilhar experiências com integrantes de outras comunidades", ressalta.
Essa troca de experiências mostra que a FERAPI é muito mais que exposição e comércio, também propicia momentos de estudos sobre o contexto da reforma agrária no Piauí através de conferências, seminários, oficinas técnicas e temáticas e plenárias.
Uma das oficinas técnicas oferecidas pela 3ª FERAPI tem como tema "Elaboração de Projetos Técnicos para Capacitação de Recursos", que explica a disponibilidade e como ter acesso aos recursos disponíveis no Ministério da Cultura. Para a estudante da Escola Família Agrícola Soim, Iara Nunes, a oficina está sendo muito proveitosa. "Eu não sabia que existem linhas de crédito disponíveis para o desenvolvimento da cultura brasileira, o instrutor nos mostrou os caminhos de acesso a esses recursos", afirma. A oficina continua até sexta-feira, 17, no período de 8h às 12h, no espaço Mestre Dezinho, Centro de Artesanato de Teresina.